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EDILANGER

CLEMENTINA (SP)

As memórias de uma pessoa amada podem ser materializadas em qualquer coisa. No caso do açougueiro de 57 anos, Edilanger Martins, o Fusca é a memória mais concreta que tem de seu pai.

Ano 1979, o Fusca amarelo queimado hoje se encontra estacionado na garagem do açougue em Clementina. Reformado e como novo, o carro nem sempre foi assim.

“Até os 84 anos ele ficou com o carro, estava bem danificado porque ele vivia ralando nas paredes.”

O pai de Edilanger tinha um apego muito grande com o carro, e era quase como carne e unha. Os moradores da cidadezinha de interior nunca viam o José Mariano fora do Fusca.

Depois da morte do pai, Edilanger fez questão de restaurar o carro e é firme na resposta: não vende por nada. E o carinho com o qual o açougueiro olha para o Fusca é como se pudesse ver José Mariano sentado no banco do carro.


E quem pode afirmar que não está?

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